Carros que, de alguma forma marcaram o mercado
Série limitada, visual diferenciado e, em alguns casos, até potência elevada. Esses foram os critérios que levaram a equipe do Novidades Automotivas a tentar prever 10 carros que dentro de alguns anos serão considerados clássicos, mas sem querer homenagear a Mãe Dináh. junto de outra exigência: apenas carros dos anos 2000. Assim, seria mais fácil encontrar um em bom estado.
Tentamos separar carros com algum apelo emocional ou marcantes para o mercado brasileiro, e outros que não podem ficar esquecidos. A maioria fez parte dos sonhos de consumo e versões com apelo esportivo dominam a lista, que certamente poderia ser muito maior e também contemplar uma lista maior. Acompanhe e utilize os comentários para concordar, discordar e fazer suas apostas de outros possíveis futuros clássicos.
10 – Chevrolet Omega Fittipaldi – Importado da Austrália, o Omega Fittipaldi chegou ao mercado brasileiro no fim de 2010, após dois anos fora do mercado, com intuito de cativar quem aprecia o conforto na ida ao trabalho e diversão no final de semana, sem recair sobre o comum, que seria comprar um Mercedes Classe C ou um BMW Série 3. Carregando o sobrenome do primeiro brasileiro campeão de Fórmula 1, Emerson Fittipaldi, o sedã topo de linha da marca era equipado com um motor em alumínio 3.6 V6 com injeção direta que gera 292 cavalos de potência e 36,72 kgfm de torque. Combinado a um câmbio automático de seis velocidadees, com opção de trocas manuais, que envia a força diretamente para o eixo traseiro, o sedã ia de 0 a 100 km/h em 6,8 segundos. Foram importadas aproximadamente 600 unidades, comercializadas até 2012, sendo as últimas vendidas com até 50% de desconto. Inicialmente comercializado por R$ 128.000, hoje valor atual, definido por tabela, de R$ 88.947.
Por que é legal? Precisa explicar? Sedã, 292 cv, tração traseira, 0 a 100 km/h em 6,8 s e esse visual completamente sóbrio… Ninguém diz que a plataforma é a mesma do Camaro.
9- Uno Sporting 2p – Tudo bem que os 88 cavalos do motor 1.4 Evo da Fiat não inspiram qualquer esportividade, mas até que no Uno Sporting a Fiat se esforçou. O pequeno esportivo tem diferencial mais curto que as demais versões além de suspensão rebaixada, mas a graça estava mesmo no Sporting com duas portas, que infelizmente não ficou dois anos em produção. Esse merece respeito. Hoje custa cerca de R$ 27 mil, pouca desvalorização diante dos R$ 33.970 cobrados em 2010.
Por que é legal? – Não é um Uno Turbo, mas tem duas portas como ele e não é apenas um Fiat Uno 1.4. É a prova de como os carros ficaram chatos e a palavra “esportivo” ficou banalizada.
8- Citroën C4 VTR - O C4 VTR foi o primeiro C4 que desembarcou no Brasil. Importado da França, o médio de duas portas era comercializado em apenas três cores: Preto, prata e vermelho. Seu principal atrativo, sem dúvida, era o visual ousado da traseira, com vidro dividido, dando ao carro, uma forma de carro do futuro. Uma pena que não importaram o C4 VTS, com motor 2.0 de 180 cv. Por aqui, seu 2.0 era o tradicional, com 143 cv e 20,4 kgfm de torque, que não lhe garantia um desempenho realmente esportivo, mas também não o fazia um Veloster. Comercializado por aqui em 2006 e 2008 por R$ 68.900, o C4 VTR emplacou apenas 3.844 unidades. O modelo parou de ser importado após o lançamento dos argentinos C4 Pallas e C4 hatch. Como ainda é comum aos franceses, sofreu desvalorização no mercado, e hoje pode ser encontrado por a partir de R$ 25.000.
Por que é legal? Franceses tem capacidade ímpar de criar carros de características curiosas e peculiares, e muitas vezes não são compreendidos. Não bastasse o fato de ser um hatch médio com duas portas, algo em extinção, o C4 VTR ainda tem um design marcante, muito diferente de qualquer carro e que não cansa. Tudo bem que você pode optar por um Volvo C30, mas ele é apenas um Ford Focus com duas portas.
7- Fiat Stilo Abarth - Quando chegou ao Brasil, em meados de 2002, o Fiat Stilo deu um sopro de modernidade nos hatches médios e se tornou o sonho de consumo dos jovens. Trazendo como diferencial, além do símbolo Abarth, as rodas aro 16 e o motor 2.4 do Marea, agora com 167 cavalos, pairava nos sonhos gearheads. A explicação para o aparecimento deste modelo italiano na lista é simples. De 2002, ano de lançamento, até 2008, ano de aposentadoria, a versão Abarth vendeu apenas 942 unidades dos mais de 95 mil Fiat Stilo comercializados neste período. O baixo número de vendas também tem explicação: o preço! Custava “módicos” R$ 92.890 no fim de sua vida, valor suficiente para comprar, por exemplo, um Honda Civic Si ou um Linea T-Jet com troco. O preço médio desse modelo fica entre 25 e 40 mil, dependendo do ano e estado.
Por que é legal? Por mais que o Stilo tenha se despedido do mercado defasado e com a imagem maculada pelos casos das rodas que se soltavam, ele era um bom carro. “Mareeiros” piram ao saber que o Abarth usa o motor 2.4 de cinco cilindros, e convém lembrar da produção reduzida, e os “manolos” adorariam ver o SkyWindow em seu carro. Mas é claro que os dois Stilo Blackmotion com motor 2.4 montados para a diretoria da Fiat tem potêncial muito maior para um dia pertencer a uma coleção.
6 - Volkswagen Eos - O Brasil tem o clima perfeito para os carros conversíveis, certo? Certo. Se ele tem o clima perfeito, com calor a maior parte do ano, os carros conversíveis são um sucesso, certo? Cer... ERRADO! Apesar de ter uma condição climática favorável, carros conversíveis nunca foram de vender muito, basicamente por serem caros. O Eos não foge à regra. Baseado no Golf de quinta geração, mas com visual próprio, mais próximo do Passat, possuía motor potente (2.0 TSI de 200 cv e 28,5 kgfm) e acabamento digno de um carro exclusivo, além da capota retrátil. Acontece que não foi fácil para a Volkswagen convencer o brasileiro a pagar R$ 159.900 por ele. No fim das contas, teve apenas 117 unidades entre 2009 e 2010. Em 2011 a Volkswagen anunciou o fim das importações. É possível encontrar alguns modelos pouco rodados a partir de R$ 75.000.
Por que é legal? – Poderíamos ter escolhido franceses como o Peugeot 206 CC, o 307 CC ou o Renault Mégane Cabriolet, mas o primeiro tinha visual esquisito e os outros dois contavam com motor 2.0 aspirado com pouco mais de 140 cavalos. Além disso, o Eos era fabricado em Portugal, tal como as caravelas de Cabral! Lembre-se que Dom João VI deu olé nos franceses, o Eos também.
5 – Hyundai i30 – As fabricantes sul-coreanas cada vez mais aumentam sua participação no mercado, mas o “boom” realmente se deu quando a Hyundai lançou o i30 por aqui. Tal como o Stilo em seu tempo, o i30 representava o que havia de mais moderno entre os hatches médios: um motor 2.0 de 143 cv, um bom pacote de equipamentos, preço competitivo e status de importado fez dele um sucesso quase que imediatamente, lhe garantindo a liderança do segmento. Dói um pouco lembrar que quando chegou aqui, em 2009, o i30 custava a partir de R$ 53 mil…
Por que é legal? – A nova geração do i30 vende tão pouco que o antigo ainda não perdeu sua aura. Suas formas menos ousadas jogam a favor de um envelhecimento mais digno e demorado, mas a semelhança com o antigo BMW Série 1 é muito conveniente. As rodas com interior dos raios cromados também são traços marcantes do modelo, que hoje pode ser encontrado por até R$ 38 mil. Tornando-se um clássico, as raras unidades nas cores azul e brancas importadas – únicas fora do preto e prata – serão mais disputadas.
4- Toyota Fielder – Dez anos atrás chegava ao mercado o Toyota Fielder, dando um sopro de esperança em todos que àquela altura acreditavam que as peruas não sucumbiriam às minivans e aos aventureiros. O tempo provou que estávamos errados, mas o Fielder até era competente. Faltava um pouco de fôlego no motor 1.8 16V VVT-i de 136 cv, mas era tão bom e confiável quanto um Corolla, mas com porta-malas mais alto, pois nem era maior. E muito mais bonito. Um XEi 2005, que saía por R$ 59.950 no lançamento, hoje custa cerca de R$ 25 mil, mas o Fielder SE-G, que só foi vendido no último ano do modelo, em 2008, custa em média R$ 40 mil.
Por que é legal? – Comprar um Corolla da geração lançada em 2002 pode te fazer 10 anos mais velho, mas comprar um Fielder te faz digno de respeito e revela que você está comovido com a causa do movimento “Salvem as peruas”.
3 – Fiat Punto T-Jet – Um hatch realmente esportivo e com um motor turbo como atributo era algo que não se via no Brasil há anos até que a Fiat lançasse o Punto T-Jet em 2009. Soava como a volta dos tempos áureos dos esportivos nacionais. Não era algo tão grandioso ao seu tempo quanto fora um Gol GTI ou um Uno Turbo, mas tinha uma pegada que há muito tempo não se via em um compacto. O motor é o mesmo usado pela versão até hoje, com visual mais agressivo, um 1.4 16V Turbo com 152 cv e 21,1 mkgf de torque. Ia de 0 a 100 km/h em 8,3 segundos! Na época de seu lançamento custava R$ 59.500, e hoje vale R$ 39 mil. Um 0km pode ser comprado por cerca de R$ 61 mil.
Por que é legal? – É um compacto, tem visual interessante, motor turbo, bom desempenho, sempre com câmbio manual e pode ser comprado por menos do que cobram um por Chevrolet Onix LT 1.0…
2 - Chevrolet Astra GSi – Lançado em 2003, o Astra GSi trouxe de volta a sigla que fez tanto sucesso com os saudosistas através de Vectra, Kadett e Corsa, em meados dos anos 90. Tendo como principal destaque o motor 2.0 16v de 136 cv, herdado da Zafira, a versão GSi se diferenciava do modelo “civil” pelas suas rodas aro 16, pacote aerodinâmico e por possuir 20 cavalos a mais de potência em relação aos outros modelos, equipados com motor 2.0 8v. Bem equipado, o GSi tinha seu preço sugerido na época de R$ 35.000. O modelo durou até 2005, com o mesmo visual e motor. Devido ao seu alto custo, poucas unidades foram comercializadas e implicam no alto preço atual. Um modelo da última safra, 2005, pode ser encontrado por R$ 34.000.
Por que é legal? Ele foi uma das últimas versões esportivas que possuíam alguma diferença mecânica em relação ao seu modelo original, além dos apetrechos estéticos. Fora isso, carrega o sobrenome GSi, que mesmo sem ser honrado a altura, faz diferença. Se for um raro GSI 2p, melhor ainda! O Astra SS, lançado posteriormente, passa vergonha na frente do GSi. Mas é bem verdade que os últimos Astra 2.0 8V eram mais potentes.
1- Honda Civic SI – Aquele mesmo sedã médio que o tio estava todo contente por ter comprado após uma longa fila de espera, por ter design muito mais moderno que o de seu antigo Corolla, estava ganhando uma versão esportiva muito diferente. Ele não apostava em torque, mas sim em muita potência, despejada muito tarde: os 192 cv de seu motor 2.0 I-VTEC aspirado só era alcançado aos 7800 rpm, com o corte do giro a 8000 rpm. O câmbio manual de relações curtas instigava a andar em alto giro, mas também prejudicava um pouco seu comportamento em giros mais baixos. É um carro bipolar. 0 km custava cerca de R$ 103 mil, mas uma unidade 2007 hoje vale cerca de R$ 45 mil. A versão deixou de ser fabricada em 2011 mas pode voltar importada no ano que vem..
Por que é legal? – Considerando o quanto as primeiras unidades do Honda Civic vendidas no Brasil são disputadas e valorizadas, é quase certo que o Civic SI siga o mesmo rumo, até porque uma boa parcela deles já passou por modificações. E, sejamos francos: ao menos uma vez na vida nós já quisemos ter um Civic SI.
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