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Chevrolet Sonic: De olho no público jovem


O estilo do Sonic, assim como o de outros novos integrantes da linha Chevrolet, é polêmico. Não raro, aparece alguém reclamando da grade bi-partida ou dos faróis circulares. O fato, que ultrapassa as questões de gosto pessoal, é que o modelo tem personalidade.  Outros sedãs da marca, como Cobalt e Cruze, transmitem um ar sóbrio. Frente aos irmãos, o Sonic parece arrojado e original. Ao que parece, a ideia é atingir consumidores jovens, enquanto  a maior parte da linha mira em um público familiar, mais maduro.

Todo o projeto foi desenvolvido pela subsidiária sul-coreana da GM e o interior segue pelo mesmo caminho de arrojo. O painel do Sonic abusa das linhas curvas e consegue manter a imagem de jovem do exterior. O quadro de instrumentos, inspirado em motocicletas, traz apenas o conta-giros analógico. A versão hatch é mais ousada, com lanternas que repetem os círculos encontrados nos faróis e maçanetas das portas traseiras junto às janelas. O sedã tem lanternas com lentes convencionais e as tradicionais alças para abrir todas as portas, mas ainda assim o resultado é mais arrojado do que se costuma ver em veículos três volumes, que costumam ser mais sóbrios.  Elementos como o vidro posterior bem inclinado, a capota em forma de arco e o porta-malas curto ajudam a transmitir dinamismo.
No segmento dos compactos premium, no qual o Chevrolet está inserido, o design parece ser quesito essencial para conquistar compradores. A versão hatch compete com modelos de linhas elaboradas, como Punto, New Fiesta e C3. Ainda em 2012, chegará ao mercado o Peugeot 208, com apelo visual igualmente  instigante.
Dos veículos citados, apenas o Ford é oferecido em uma configuração sedã que segue fórmula idêntica à do Sonic. Ambos tem espaço interno e porta-malas inferiores aos de outros modelos três volumes, apelando para outros trunfos, como acabamento interno aprimorado e conjunto mecânico atual, para lutar na faixa de preço em que estão inseridos. Não são, portanto, as primeiras opções para famílias grandes ou com filhos pequenos. O Linea, desenvolvido a partir do Punto, sofreu um aumento de entre-eixos e foi posicionado em uma faixa de mercado superior. O Honda City tem dimensões externas e preços semelhantes, mas apela mais para o aproveitamento de espaço que para o arrojo visual.
Unanimidade ou não, o fato é que o Sonic tem chamado atenção: não é raro ver alguém olhando para ele nas ruas. Desde que o modelo chegou, já fui abordado duas vezes por curiosos. O primeiro a puxar assunto foi o motorista de um Gol, que estava parado ao meu lado no sinal. O rapaz, aparentando vinte e poucos anos, contou que havia comprado um Sonic hatch e estava aguardando sua chegada à concessionária. Depois, em um posto de combustíveis, um homem de 40 anos aparentes se aproximou dizendo que ainda não tinha visto o veículo nas ruas e elogiou o design da carroceria e do painel. Se a Chevrolet pretendia fazer um automóvel diferente, o objetivo  parece ter sido alcançado.
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