O três volumes é amplo também no porta-malas, que comporta 562 litros de bagagem. A capacidade anunciada do irmão menor é de 270 litros, porém a impressão é de que a Toyota é um tanto otimista com esse segundo valor, pois o compartimento parece ser reduzido mesmo quando comparado a outros compactos. Em ambos, as dimensões externas são contidas, evidenciando bom aproveitamento do projeto. O hatch tem 3,777 metros de comprimento e 2,46 m de distância entre-eixos. No sedã, os respectivos valores saltam para 4,260 m e 2,55 m. Os dois têm a mesma largura de 1,69 m5.
Outro aspecto polêmico é o acabamento. Em termos de materiais, o Etios está na média da categoria, com plásticos rígidos em abundância. Ao menos há diferentes texturas no painel. As versões mais caras adotam tecido nas portas, abolido nas configurações de entrada. A montagem é satisfatória, sem folgas nos encaixes ou rebarbas, mas há parafusos à mostra na base dos puxadores internos das portas, falha que salta aos olhos até mesmo em um popular.
Os propulsores 1.3 e 1.5 da Toyota, embora não disponham de comandos de válvulas variáveis, abrem vantagem considerável sobre a grande maioria dos rivais, uma vez que adotam corrente, confecção inteiramente em alumínio e 16V. O de menor cilindrada tem 84/90 cv de potência a 5.600 rpm e 11,9/12,8 mkgf de torque a 3.100 rpm. O maior dispõe de 92/96,5 cv de potência e torque único de 13,9 mkgf, nas mesmas rotações.
Tivemos contato com um Etios XLS 1.5 e um XS 1.3, ambos com carroceria hatch (o sedã, lamentavelmente, ficou para outra oportunidade), por um percurso de mais de 100 km. Ambos pareceram bem construídos e apresentaram rodar sólido, com bom tratamento acústico. O nível de ruído, tanto do motor quanto do atrito dos pneus e do vento, é baixo para a categoria.
A suspensão privilegia o conforto: macia, faz com que o modelo enfrente buracos e ondulações na pista com disposição, mas deixa o motorista muito isolado do asfalto. Nas curvas, não chega a faltar segurança, mas o modelo passa longe de empolgar. A direção com assistência elétrica, também rara entre os populares, segue o mesmo caminho, deixando a movimentação do volante muito suave em manobras, porém mais leve que o desejável em alta velocidade. Melhor para quem não tem pretensões esportivas ao volante.
O câmbio agradou. Os engates são curtos e precisos, ao passo que o escalonamento pareceu correto. Ao menos no primeiro contato, não tivemos a sensação de existirem “buracos” entre as marchas. Além do mais, as relações não fazem o motor esgoelar em alta velocidade. A 120 km/h, o conta-giros marcava moderados (para a categoria) 3.500 rpm, tanto no Etios 1.3 quanto no 1.5. No futuro haverá também uma transmissão automática, mas a Toyota ainda não revela detalhes ou datas de chegada ao mercado.
A visibilidade é muito boa, graças à ampla área envidraçada e aos retrovisores bem dimensionados. A posição de dirigir é correta e o acesso aos comandos do painel é fácil. Durante a coletiva que antecedeu o contato ao volante do Etios, os executivos da Toyota afirmaram que os instrumentos no centro do painel não prejudicam a visualização. A explicação é que o quadro está fixado em posição mais alta, enquanto tradicionalmente os mostradores ficam em frente ao motorista, porém em área mais baixa, dentro do aro do volante. Estranhei no início, mas a verdade é que ao fim do percurso já havia me habituado à solução.
Durante nosso contato, foi possível avaliar alguns detalhes, ainda que de forma breve. Só há um limpador no para-brisa, mas a varredura não deixou a desejar, graças a uma articulação da haste, que faz com que a palheta atinja uma área maior. Os faróis, de apenas uma parábola, também apresentaram luminosidade satisfatória durante um trecho do percurso realizado à noite. O ar-condicionado é que pareceu subdimensionado, uma vez que demorou demais para abaixar a temperatura do habitáculo. É verdade que a temperatura em Sorocaba ultrapassou os 30°C durante o evento de apresentação à imprensa, mas por outro lado, o veículo circulou apenas com o motorista durante todo o tempo.
Entre os itens de série, destacam-se os airbags de série em todas as versões. A Toyota perdeu a oportunidade de lançar o primeiro popular com freios ABS sempre de série, mas ao menos o item é disponibilizado já a partir do segundo pacote. A marca também falha ao não oferecer, nem como opcionais, o encosto de cabeça e o cinto de três pontos para o quinto passageiro. Quanto aos equipamentos de conforto, o Etios está na média da categoria, começando pelado e ficando interessante a partir das configurações intermediárias. Os preços também estão na média e já incluem a pintura metálica, geralmente cobrada à parte. A garantia é de três anos. Veja o conteúdo de toda a linha abaixo:
Etos Hatch 1.3: com preços a partir de R$ 29.990, a versão de entrada traz airbags frontais, para-choques na cor da carroceria, porta-luvas ventilado e alertas sonoros.
Etios Hatch X 1.3: por R$ 33.490, o segundo catálogo acrescenta coluna de direção regulável, aerofólio traseiro, direção com assistência elétrica, freios ABS com EBD, desembaçador traseiro e filtro anti-pólen. O ar-condicionado é opcional e eleva o preço para R$ 36.190.
Etios Hatch XS 1.3: a terceira versão custa R$ 38.790 e oferece ar-condicionado de série, acrescido de maçanetas e retrovisores pintados na cor da carroceria, sistema de som com rádio AM-FM, CD player e entrada USB, conta giros, travas elétricas e vidros elétricos na quatro portas.
Etios Hatch XLS 1.5: a configuração top, tabelada em R$ 42.790, agrega todos os itens mencionados até agora, além do motor 1.5, adicionando ainda faróis de neblina, grade dianteira com moldura cromada, rodas em liga leve aro 15”, abertura do porta-malas por comando elétrico, travamento das portas por controle remoto e alarme.
Etios Sedã X 1.5: o sedã mais acessível tem preço fixado em R$ 36.190. Assim como hatch da mesma configuração, traz direção regulável, aerofólio traseiro, direção com assistência elétrica, freios ABS com EBD, desembaçador traseiro e filtro anti-pólen. Com ar-condicionado, opcional, o valor vai para R$ 38.890.
Etios Sedã XS 1.5: preço de R$ 41.490. Também repete os equipamentos da versão equivalente com carroceria hatch: vem de série com ar-condicionado, maçanetas e retrovisores pintados na cor da carroceria, sistema de som com rádio AM-FM, CD player e entrada USB, conta giros, travas elétricas e vidros elétricos na quatro portas.
Etios Sedã XLS 1.5: o membro mais caro da nova linha nacional da Toyota custa R$ 44.690. Disponibiliza faróis de neblina, grade dianteira com moldura cromada, rodas em liga leve aro 15”, abertura do porta-malas por comando elétrico, travamento das portas por controle remoto e alarme.
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