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Nissan March 1.0 SV – Devagar, porém econômico

Motor menor não rende bem, mas ao menos o consumo é proporcional
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Este foi um ano agitado, com Copa, eleições, Salão do Automóvel e outros tantos acontecimentos. Como legado, 2014 também deixou dois compactos que revolucionaram o segmento, o Volkswagen Up! e o novo Ford Ka. O Nissan March passou por reestilização, mas continua adepto à velha escola. Mesmo assim quer provar que a experiência lhe permite fazer algumas coisas melhor que os novatos.
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Após o March 1.6 S fazer sua passagem rápida – bem rápida, é um foguetinho! – por aqui, quem aparece é o March SV 1.0 versão mais completa com o motor 1.0, que custa a partir de R$ 37.990.
Diante dos aumentos sucessivos nos preços dos automóveis – e vale lembrar da volta do IPI na virada do ano – é um bom preço para um carrinho que já traz rodas de liga leve, retrovisores elétricos, faróis de neblina, computador de bordo e regulagem de altura no banco do motorista, além de toca-CD, Bluetooth, entradas USB e auxiliar, e com comandos no volante (pena que apenas com alto-falantes dianteiros), ar-condicionado, volante com regulagem de altura, vidros e travas elétricos e direção com assistência elétrica. Pra categoria, é um bom pacote. 
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Praticando o desapego do motor

O March traz uma versão revista do motor Renault 1.0 16v usado pelo Clio há 15 anos. Remapeado pela Nissan, sofreu redução na potência: de 80cv (com álcool), caiu para 74cv, com o torque mantido em 10kgfm, seja com álcool ou gasolina.
A variação nos números seria imperceptível na prática se a nova curva de torque não tivesse o tornado um motor tão apático. Quem já dirigiu um Clio se decepciona com a preguiça do March 1.0, ou talvez do corpo de borboletas que demora a responder às exigências do motor. Curiosamente, a rapidez nas respostas era o que mais impressionava no 1.6. 
New March 1.0 SV 
As relações que já eram curtíssimas na versão mais potente, encolhem ainda mais no 1.0 para contornar a falta de força na cidade. Mas não resolve o problema na estrada, onde sofre para manter uma boa velocidade de cruzeiro sem espernear. Melhor não sair do perímetro urbano, onde não chega a ser irritante. Algo que estraga são os ruídos de transmissão e os engates nem tão precisos quanto deveriam ser.
É um preço um pouco alto que se cobra para que o March consiga fazer uma das melhores médias de consumo que já registramos: o consumo urbano de gasolina foi de ótimos 13,5km/l. Na estrada, com álcool, ficou em 12,4km/l. Fica atrás do Volkswagen Up!, mas ainda bebeu menos que o Ford Ka 1.0 (11km/l) e que o Toyota Etios (que não tem computador de bordo, então não temos um consumo exato). 
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_MG_4504O Nissan falha no isolamento de ruídos do motor e principalmente atrás, onde se escuta até a água batendo na caixa de roda ao passar por uma poça e muito barulho de vento vindo dos vidros laterais. No 1.6 isso não chegava a ser um problema, pois só o tornava mais empolgante. Como este 1.0 não empolga nem um pouco no desempenho, tudo se torna muito chato.
Para quem vai dentro o March não impressiona, mas também não desaponta. Os plásticos são simples, mas ao menos são bem encaixados e o motorista pode se sentar baixo, se quiser sem ser prejudicado. Mas a boa ergonomia é combatida pelos bancos, estreitos e com assento curto. Quem sentar atrás perceberá que o espaço é suficiente para dois passageiros, mas não há conforto para uma adulto entre os dois. 
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Para estacionar, a direção anestesiada do March, de tão leve (e com um reduzidíssimo diâmetro de giro), prova que seu habitat é a cidade. E é mesmo.
Econômico e com bom preço, oferece os equipamentos necessários para um bom convívio no dia a dia. Se o motor é preguiçoso, pelo menos é econômico e não se sentirá sobredimensionado para ir e voltar do trabalho passando apenas por vias congestionadas.

Galeria 
Fotos | Henrique Rodriguez


Ficha Técnica:


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