Os roadsters compactos fizeram muito sucesso na Europa durante os anos 1960 e 1970. Anos depois, o entusiasta de pequenos conversíveis e editor das revistas Automotive News e Motor Trend, o jornalista norte-americano Bob Hall teve uma conversa com Kenichi Yamamoto e Gai Arai, que chefiavam o departamento de Pesquisa e Desenvolvimento da Mazda. Na época, Bob foi questionado por Yamamoto sobre qual tipo de carro ele sugeria para a marca fazer num futuro próximo. Hall então apresentou um esboço de um roadster inspirado nos modelos dos anos 60. Mas sua ideia foi rejeitada logo de cara.
Porém, algum tempo depois, em 1981, o jornalista foi contratado pela Mazda e voltou a falar sobre sua ideia com Yamamoto. E desta vez o sinal verde para tocar o projeto seria dado no ano seguinte. Começava a história do Mazda MX-5.
Foram apresentados dois projetos: o da equipe de Bob Hall, com motor dianteiro e tração traseira, e o da equipe japonesa com motor central-traseiro. A escolha da marca recairia sobre o da equipe norte-americana, que foi a base do projeto.
Lançado no Salão de Detroit, nos Estados Unidos em 1989, o pequeno roadster, também chamado Miata, ganhou nomes diferentes na Europa (MX-5) e no Japão (Eunos Roadster). O sucesso veio rápido e o modelo foi muito bem recebido pela imprensa especializada e pelo público.
O design era simples e belo. Destacavam-se a grande entrada de ar dianteira, os faróis escamoteáveis e a cabine recuada típica de roadsters. Seus atributos eram o estilo inconfundível e a dirigibilidade divertida, que fazia a cabeça dos entusiastas.
Medindo 3,95 metros de comprimento e com 2,27 metros de entre-eixos, ele pesava apenas 940 kg. O motor central dianteiro 1.6 16V de 114 cv e 13,8 kgfm era associado ao câmbio manual de cinco marchas. Distribuição de peso próxima do ideal, suspensão independente nas quatro rodas e tração traseira definiam o conjunto mecânico.
No ano seguinte ao lançamento, o roadster ganhava a opção de câmbio automático (que não fez sucesso nem nos EUA!) e freios ABS. Além disso, o roadster recebeu diversas séries especiais, como a British Racing Green de 1991, que trazia revestimento interno de couro bege e carroceria em tom verde, entre outros detalhes como soleira de aço e diferencial autoblocante. Outras edições lançadas na época foram a Le Mans e Black Miata.
As novidades para o ano de 1994 eram o motor 1.8 de 133 cv, novos reforços estruturais e os airbags frontais, oferecidos pela primeira vez. Neste mesmo ano ainda seria oferecida a série M Edition, com rodas cromadas e detalhes de acabamento em madeira, além do pacote R, que trazia novo ajuste de suspensão (mais firme), novos amortecedores e diferencial Torsen.
O MX5 também teve diversas séries limitadas, entre elas a série STO, abreviação de “Still The One”, em homenagem a Toshihiko Hirai, considerado o criador da 1ª geração.
Projeto de sucesso, o Miata passou quase dez anos sem muitas alterações. A segunda geração chegou no fim de 1998 sem os faróis escamoteáveis, além de ficar maior e mais pesada. O design ainda era destaque, com linhas arredondadas, e o interior ficava mais agradável. Logo depois, o motor 1.8 que era de série na versão norte-americana passava a 144 cv e 17,1 kgfm de torque. A aceleração de 0 a 100 km/h era feita em 8 segundos e a velocidade máxima chegava a 200 km/h.
A primeira edição especial desta versão foi feita para comemorar o décimo aniversário do MX-5: a “10th anniversary edition” vinha com a carroceria na cor azul mica, rodas cromadas, suspensão e acabamento interno diferenciados.
Exclusivo dos australianos foi o MX-5 SP, que contava com o motor 1.8 turbo e entregava 213 cv de potência. A versão de alto desempenho Mazdaspeed foi lançada nos demais mercados em 2004 e também tinha turbo, mas a potência era de 180 cv.
Com uma pequena reestilização em 2001, ele ficou no mercado até 2005, quando chegou a terceira geração, que foi lançada no Salão Automóvel de Genebra de 2005. Trazia novidades como motores 1.8 de 126 cv e 2.0 de 163 cv associados ao câmbio manual de seis marchas, novos freios e mais conforto para os ocupantes. O nome era padronizado, e passava a ser MX-5 em todos os mercados.
Diferente da segunda geração, que não vendeu tanto quanto a primeira, os designers atualizaram o visual se inspirando no MX-5 original para trazer o roadster novamente ao sucesso. E o resultado, que aliou o clássico ao moderno, ficou muito bom. A frente era redesenhada, as laterais ganharam caixas de rodas mais pronunciadas e a traseira ficava mais elegante. Internamente, o roadster ficava mais refinado e ganhava novos apliques e um belo volante de três raios.
O último facelift veio em 2008. Os destaques eram os novos faróis e a enorme grade dianteira que fazia parte do estilo Mazda na época. Além disso, houve pequenas modificações na suspensão e leve redução na potência do motor 2.0, de 172 para 169 cv.
Completando 25 anos de vida este ano, o Mazda MX-5 é um recordista com mais de 900.000 unidades produzidas, constando até no livro dos recordes (Guinness Book): é o roadster mais vendido do mundo. Sua legião de fãs existe mesmo aqui no Brasil, onde foi vendido por um curto período de tempo. Por aqui, o conversível começou a chegar após a reabertura das importações no início dos anos 90, mas sempre teve vendas limitadas.
Recentemente, a próxima geração do roadster foi flagrada em testes na Europa. Até o momento, sabe-se que ele contará com motor 1.5 SKYACTIV-G e também uma opção 2.0 litros com as tecnologias SKYACTIV-G.
O novo Miata vai manter o layout de tração traseira e compartilhará cerca de 40% de seus componentes com o Alfa Romeo Spider. Com peso de 998 kg, ele será de cerca de 30% mais econômico que o modelo anterior. Tudo para herdar a pureza do modelo original.
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